Menu Principal
Página Principal
Nossa Missão
Quem Somos
Doutrina Espírita
Espaço do Leitor
Datas Históricas
Esperanto
Culto no Lar
Biografias
Poesias
Mensagens
Entrevistas
Enquetes
Artigos Diversos
Últimas Manchetes
Dúvidas Freqüentes
Fale Conosco
Links
Downloads
Procurar
Tirinhas
ASSINATURA
Autenticação
Tirinhas
Humor
 
Enquete
O que você pensa sobre a reencarnação?
 
Qual é a verdadeira conquista dos espíritas?
 
O que você pensa sobre quem foi Jesus?
 
Patrocinadores
Advertisement
Vida em Marte PDF Imprimir E-mail
Por Helena   
28 de maio de 2009

ImageO paradigma espírita, apoiado nas próprias declarações de Jesus, acentua. "Há muitas moradas na Casa de meu Pai" (Jo; 14:2), axioma que, na filosofia espírita, aponta para o princípio da Pluralidade dos Mundos Habitados. O desejo humano de alçar vôo ao espaço, em astronaves (pilotadas ou não), e descobrir outros planos onde existissem seres similares a nós, povoou os livros de ficção científica e cristalizou-se nas chamadas expedições e viagens espaciais. Na esteira da conquista intelectual e tecnológica dos terráqueos, chega-nos agora a notícia de que a aeronave Spirit, um robô de exploração norte-americano, pousou em marte, o Planeta Vermelho.

VIDA EM MARTE
Os conceitos espíritas ante as pesquisas espaciais

Por Marcelo Henrique
Diretor de Política e Metodologias de Comunicação,
da Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo (ABRADE) e
Delegado da Confederação Pan-Americana (CEPA) para a Grande Florianópolis.

O paradigma espírita, apoiado nas próprias declarações de Jesus, acentua. "Há muitas moradas na Casa de meu Pai" (Jo; 14:2), axioma que, na filosofia espírita, aponta para o princípio da Pluralidade dos Mundos Habitados.

O desejo humano de alçar vôo ao espaço, em astronaves (pilotadas ou não), e descobrir outros planos onde existissem seres similares a nós, povoou os livros de ficção científica e cristalizou-se nas chamadas expedições e viagens espaciais. Na esteira da conquista intelectual e tecnológica dos terráqueos, chega-nos agora a notícia de que a aeronave Spirit, um robô de exploração norte-americano, pousou em marte, o Planeta Vermelho. Foram sete meses de viagem, totalizando 487 milhões de km, e a sonda, após vencer as dificuldades de aterrissagem, poucas horas depois do pouso, abriu seus painéis solares e antenas de comunicação, para, enfim, transmitir as primeiras imagens da superfície marciana, conforme noticiaram as agências internacionais de comunicação, baseadas em informes da NASA.

Enquanto a atenção dos cientistas, pesquisadores, estudiosos e, é claro, dos curiosos de plantão se debruça sobre as notícias e aponta para conjecturas ou probabilidades, o que nos afiança a ciência e a filosofia espíritas? Em essência, o que haverá, espiritualmente, em Marte? Como serão seus habitantes e qual a característica fundamental do planeta, na hierarquia dos mundos?

Recordemos, inicialmente, a teoria espiritista para a catalogação dos mundos: primitivos, provas e expiações, regeneradores, felizes (ou ditosos) e celestes (ou divinos). Partindo da premissa de que a Terra ainda acha-se adstrita à condição espiritual de provações/expiações, quais as referências espíritas/espiritualistas sobre a questão do grau de evolução de Marte?

Buscando, primordialmente, a própria Codificação, resgatemos a Allan Kardec (codinome do Professor francês Hippolyté Leon Denizard Rivail, cujo bicentenário completa-se em 2004), ao tratar do tópico "Encarnação nos diferentes mundos", no capitulo IV (Da Pluralidade das Existências), da segunda parte de O livro dos espíritos (abril de 1857), em nota de rodapé à questão no. 188, pontuou: "Segundo os Espíritos, de todos os mundos que compõe o nosso sistema planetário, a Terra é dos de habitantes menos adiantados, física e moralmente. Marte lhe estaria ainda abaixo, sendo-lhe Júpiter superior de muito, a todos os respeitos".Corrobora tal afirmação à manifestação de Kardec, com base no ensino dos Espíritos, em texto contido na Revista espírita, edição de março de 1858, no tópico "Júpiter e Alguns Outros Mundos", assim oposto: "Segundo os Espíritos, o planeta Marte seria ainda menos avançado do que a Terra; os Espíritos que nele estão encarnados pareceriam pertencer, quase exclusivamente, à nona classe, a dos Espíritos impuros, de sorte que o primeiro quadro, que demos acima, seria a imagem desse mundo [1][1]. Vários outros pequenos globos, estão, com algumas nuanças, na mesma categoria. A Terra viria em seguida; [...]". Ainda nesta obra, em número posterior, de outubro de 1860, o espírito Georges assim se pronuncia; "Marte é um planeta inferior à Terra da qual é um esboço grosseiro; não é necessário habitá-lo. Marte é a primeira encarnação dos demônios mais grosseiros; os seres que o habitam são rudimentares; têm a forma humana, mas sem nenhuma beleza; têm todos os instintos do homem sem o enobrecimento da bondade.

[...]


Neste planeta a terra é árida; pouca verdura; uma folhagem sombria que a primavera não rejuvenesce; um dia igual e cinza; o sol, apenas aparente, nunca prodigaliza as suas festas; o tempo escoa monótono, sem as alternativas e as esperanças das estações novas; não há inverno, não há verão. O dia, mais curto, não se mede do mesmo modo; a noite reina mais longa [...]; o mar furioso separa os continentes sem navegação possível; o vento ruge e curva as árvores até o solo. As águas submergem as terras ingratas que elas não fecundam. O terreno não oferece as mesmas condições geológicas da Terra; o fogo não esquenta; os vulcões são ali desconhecidos; as montanhas; apenas elevadas não oferecem nenhuma beleza; elas cansam o olhar e desencorajam a exploração; por toda a parte, enfim, monotonia e violência; por toda a parte, a flor sem a cor e o perfume, por toda a parte, homens sem previdência, matando para viver."

Há, é bem verdade, nas outras obras da codificação e na própria Revue, alguns outros detalhes sobre a pluralidade dos mundos, nos quais Kardec, prudentemente, teceu comentários ou reproduziu mensagens mediúnicas, de maneira genérica, com anteparo em expressões nada categóricas, utilizando-se por vezes, de formatações verbais em tempos condicionais e imperfeitos, tal a imprecisão dos dados físicos, não configurando, amiúde, postulados ou princípios doutrinários. De outra sorte, a preocupação maior do mestre lionês foi a caracterização moral-espiritual dos habitantes das diversas categorias de mundos, apresentando, apenas, alguns traços da constituição físico-material dos mundos, conforme os Espíritos lhe apresentaram, sem maiores acréscimos.

Secundariamente, podemos aqui resgatar, também, outras manifestações de origem espiritual, apostas em livros posteriores à Codificação, que, em diversas ocasiões, apresentaram Marte como um planeta superior à Terra e, portanto, contradizendo os informes contidos naquela. É o caso das seguintes obras (e autores): Cartas de uma morta (Maria João de Deus - espírito; 1935); Emmanuel (Emmanuel/Francisco Cândido Xavier, 1938): Novas mensagens (Humberto de Campos/Francisco Cândido Xavier, 1939); A vida no planeta Marte (Ramatis/Hercílio Maes, 1955); e, Urânia (Camille Flammarion, 1864/1951 - 1ª edição brasileira) [2] [2].

Em face da aparente (ou, em alguns casos, pontual) contradição entre os ensinos de diferentes espíritos e/ou entre estes e as conclusões de autores encarnados, como o astrônomo francês Flammarion, devemos nos apoiar no axioma da valorização primordial da Codificação sobre quaisquer outros considerandos, tendo em vista que a obra dirigida pelo Professor Rivail acha-se em posição superior às demais, pela utilização dos conhecidos lógica e bom-senso kardequianos, calcado no principio da "universalidade do ensino dos espíritos", cuja metodologia encarta a recepção e seleção objetiva de diversas mensagens, em épocas e locais distintos, através de fidedignos e diferentes médiuns. Efetivamente, acatando a possibilidade da ocorrência de novas "revelações" espirituais aos homens, entendemos que o posicionamento de um ou outro autor, contrário ao contido nos postulados da Doutrina Espírita, há que merecer acurado estudo de nossa parte, sendo referendado, se for o caso, por manifestos espirituais constantes e sucessivos, com base nos mesmos critérios, denotando a perspectiva da revisão do trabalho do preceptor francês, o que, em essência, ainda não foi intentado.

Em paralelo, atentemos, ainda, para a afirmação sobejamente repetida e creditada a Emmanuel (o mentor de Francisco Cândido Xavier), no sentido de que, na hipótese de constatação de contradições entre o teor de mensagens mediúnicas e o texto original codificado, que ficássemos com o segundo.

Aquilo que conhecemos das pesquisas espaciais, baseados primordialmente em fotos ou análises geológicas à distância, permitem, até o momento, certa correlação com os informes espirituais que estiveram sobre a supervisão de Allan Kardec, sobretudo aqueles assinados pelo espírito Georges. Não sabemos, entretanto, se todas as especificidades trazidas por este, mormente no que concerne à vegetação e à vida animal estarão sendo confirmados nos próximos dias - ou anos - de pesquisa.

E, em verdade, não podemos olvidar o próprio ensino dos espíritos, no que concerne à possibilidade da marcha do progresso humano-cientifico superar as informações espirituais reveladas ao Codificador, calcado na assertiva de que "se o progresso da Ciência superar os princípios e postulados espíritas, que fiquemos com a Ciência", na sequência do que o próprio Kardec assinalou: "fé inabalável só o é aquela que pode encarar a razão, frente a frente, em todas as épocas da Humanidade".

Deste modo, cumpre-nos concluir:

1) Os argumentos espirituais apostos na Codificação permanecem, a priori, válidos e irretocáveis, no que concerne à configuração planetário-espiritual de Marte;

2) As informações espirituais/espíritas posteriores à Codificação, algumas até contrarias, salvo melhor juízo e comprovação, devem ser encaradas como opinião pessoal de espíritos e médiuns, servindo de fonte para estudos comparativos e complementares, por parte dos espiritistas, não devendo ser aceitas como postulados espíritas, uma vez que não foram submetidas aos mesmos critérios metodológicos de pesquisa do trabalho kardequiano;

3) As pesquisas e descobertas científicas até o momento convergem no sentido das informações trazidas pelo Espírito de Verdade, na reunião dos ensinos por parte de Kardec; e,

4) Permaneçamos atentos para os estudos e a conclusão das pesquisas espaciais, que poderão confirmar totalmente a hipótese da tese espírita sobre a constituição e categoria espiritual do planeta Marte, ou talvez, possam demonstrar, na prática, que os ensinos espirituais e/ou a recepção humana destes estavam equivocados, razão pela qual, ante a prova científica, devamos, caso isto ocorra, ficar com esta, abandonando os ensinos originários.

De nossa parte, acreditamos no teor das mensagens espíritas que integram a Codificação e, acompanhando os resultados científicos, dentro em breve, estaremos diante de mais uma circunstância fática de comprovação das teses espíritas em nossos tempos. Em outras provas, será a Ciência, uma vez mais, atestando aquilo que o Espiritismo já nos demonstrou desde meados do século XIX, antecipando, portanto o progresso.

Quem viver, verá!

 

 

 

 

 

Última Atualização ( 13 de junho de 2009 )
 
< Anterior   Próximo >